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Agora há dois Encontros Passionais, o de 2005, 2006 e 2007.

-Em Encontros...2007, Spooks (Série de televisão britânica)
-Em Econtros... 2006, Beck-Information.
-Em encomtros... 2005, Jazzanova Remixes 2002-2005.

Encontros Passionais Com A Actualidade - Ano 2006






Autor: Beck
Título:Information
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Estamos na sociedade da informação. Tudo agora é transformado, até a ficção é já não tem direito a função própria, é obrigada a seguir o caminho informativo, ou, mesmo que não tenha base para isso e seja um puro devaneio artístico, é logo interpretada como uma futura base de dados. Perante este domínio para quê contrariá-lo? Beck, inteligentemente, decidiu intitular o seu álbum “Information” e de forma preversa, esta é agora obrigada a converter-se em ficção. E assim, entramos num mundo talvez não de sonho total, mas antes do retrato de uma realidade presente, onde por vezes se procura um patamar de evasão, nunca deixando contudo a gravidade que nos une à terra. Algo que os Disposible Heores Of Hiphoprasy já fizeram em “Hipocrasy Is The Greatest Luxury”.
Beck também já conseguiu para si o estatuto de artista com direito a publicar em música o que lhe ocorre na vida: os livros lidos, os filmes vistos, as notícias do quotidiano reflectidas de acordo com o seu posicionamento na vida, as obras plásticas vistas, e, claro, os discos ouvidos. Então já pode trazer o seu conhecimento da história da música, onde alguns dos seus discos favoritos deverão ser “Revolver” dos Beatles, os já mencionados Disposible Heroes e uma rigorosa colecção de hip-hop, a cosmicidade de algum rock dos anos 70, um breve referência “motorik” dos Neu, discografia seleccionada da pop “indy”incluindo a mítica 4AD, blues rural, as curiosas experiências das canções “in the key of z”, o ecléctico Herbie Hancock e tudo isto numa possível perspectiva de Stanley Kubrick de “2001 Odisseia No Espaço”. E como estamos num mundo de informação e sem fronteiras – afinal já Michael Franti dos Disposible declamava “the planet shrinks by speed of communiction” - onde já não sabemos por vezes onde localizar fisicamente e temporalmente os factos, todas as influências confluem milimetricamente – daí talvez a capa ser uma representação de papel milimétrico - para um cenário sonoro onde as colagens são feitas para assegurar a emoção pretendida para cada momento da canção.
E depois, há o conceito de cultura pop. A já mecionada representação do papel milimétrico, uma coisa tão banal mas que afinal poderá ter um sentido estético como uma banana pintada numa capa sem razão aparente, e a colecção de autocolantes num poster para podermos manipular ao nosso prazer, conferindo assim um cunho pessoal à obra que temos em mão – ou será apenas mais um catálogo de supermercado dos que aparece no correio como Étienne de Crécy nos quis fazer crer na colectânea Super Discount?
Estamos perante um disco excepcional, que revela lucidez, capacidade de risco, creatividade e sobretudo ressuscita a pop tal como ela nasceu para ser: divertida, alciante, mas mesmo assim com capacidade de ter consciência social. No fundo um álbum que poderá estar para esta década como Screamdelica dos Primal Screma esteve para os anos 90. Absolutamente fabuloso!



Autor:
Mummer
Título: Soul Organism State
Comentários:

Ao ler o título deste álbum – Soul Organism State -, uma questão se levanta no meu espírito: será a “soul” a mãe de todas as músicas? Poderá este estilo de fazer pop, pertencer à parte intrínseca do organismo que não se mede, não se analisa e apenas se sente? A história tem numerosos factos que fazem tender a resposta para o “sim”. Não terá sido por acaso que nos anos 60 se cantou “Dancing In The Streets”, e afinal, o ser humano não consegue resistir a um bailarico, a uma forma de expressão musical popular que faça impelir o corpo para a dança, seja num arraial, festa popular ou até na mais sofisticada discoteca. Por outro lado, a canção com mais ou menos ritmo, foi, ainda é, forma de exprimir alegrias, tristezas, é usada como estímulo para o trabalho físico e até para expressar credos de fé. E portanto, tudo isto sai da alma. É matéria orgânica sentimental.
Mas, os exemplos de fontes de inspiração vindos “da alma”, estão presentes em toda a existência pop. O mais camuflado, mas muitas vezes confesso, é o caso dos Beattles. Afinal, eles foram a primeira experiência do intitulado “northen soul”, já que com o porto de Liverpool, puderam ter acesso às primeiras novidades vindas sobretudo da “Motown”. E depois, já a caminhar para o final do Século XX, foram de duas das mais importantes cidades de música negra, Detroit e Chicago, que o futuro, tal como hoje o conhecemos, surgiu com o “techno” (Detroit) e o “house” (Chicago). E mesmo no limiar do Século passado, a “soul” esteve na origem de uma nova forma de compor canções pop, recorrendo à experiência “contemporânea popular” do hip-hop, e este já se sabe a qual matéria-prima recorreu. Hoje, por exemplo, é muitíssimo comum no neo-folk, encontrar riachos de electrónica no meio de melodias lindas, e isso deve-se ao “trip-hop” dos primeiros trabalhos dos Massive Attack e Portishead.
Após os dois parágrafos anteriores, não pretendi demonstrar que a “soul” é de facto a “mãe de todas as músicas”, mas os factos apresentados são indesmentíveis, e, portanto, para alguns, realmente há música que pertence ao organismo, tornando-se uma obrigatória forma de vida. O que parece ser o caso de Stefan Juragmain, já membro dos Mum, e por isso agora junta o sufixo “mer” – daí “Mummer”.
Creio então já não existirem dúvidas da música encontrada em “Soul Organism State”. A canção soul com arestas ligeiramente por limar, para lhes conferir arrojo estético, contornos jazz , “spoken-word” e ainda “blues”. No fundo este álbum dos Mummer é uma síntese de experiências feitas ao longo dos anos, mas que ficaram confinadas ao seu espaço, por muito boas que tenham sido, faltando o grau de fusão soul para se avançar na história. Assim “Soul Organism State” traz o ritmo de “Rhytmic Alterated State” de Ras (onde também haviam blues), recupera a canção perfeita de travo soul\jazz de “Is You Is” dos Micatone, onde faltou uma pontinha de nervo, e a electrónica dos Sonoluce que esteve a um passinho de pode fazer história tivesse enveredado pela composição soul. Conclusão: “soul\gospel” para o Século XXI.


Autor: The Bamboos
Título: Step It Up
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A hsitória, conta-nos que o funk andou sempre por perto, nunca nos deixou efectivamente, mesmo que andasse por aí comuflado. Observe-se, quando do surgimento do hip-hop, foi o funk a servir de base para as primeiras experiências, e James Brown passou a ser encontrado em pedacinhos pelo mundo. Depois, com o advento da electrónica nos anos 90, o funk continuou a ser seguido por perto, houve até quem tivesse feito umas "Funkin' Trip-Hop Variations" (Alex Cortiz), mas foi depois da tempestade passar, na aurora de um novo milénio, que se regressou às bases. Quando as máquinas deixaram de servir de estímulo para a construção de boa música, nada como voltar aos instrumentos. Foi um tempo de reflexão, intitulado como "Define\Discern" (The Poets Of The Rythm), onde se procurava a segurança de um novo caminho de encontro às origens - e os mapas dos anteriores tesouros perdidos no tempo, como "Midwest Funk", "New Orleans Funk" ou "Texas Funk" ajudaram à re-descoberta. E esta foi a plataforma de trabalho, para o que haveria de se seguir. Os Quantic, encontraram também coragem para deixarem o "sample" e se aventurarem no mundo da realidade concreta, pelo meio encontraram uma "caçadora branca de coração negro", a fantástica Alice Russell, e começaram a defdinir uma nova trajectórira - no fundo, um encontro com o básico sistema de bateria, baixo, guitarras em curtos mas contínuos disparos, espamos de sopros e possibilidades de se encontrarem fontes de orgão a jorrar notas de síncope.
Agora os The Bamboos, continuam a intermimável estafeta de encontro com o funk direccionado ao coração, sem nunca esquecer como um estímulo intlectual pode muito bem subreviver, sem perder qualidade, com o físico. Absolutamente delicioso.
PS Já agora não percam a colectânea formada por Will Holland (Quantic) intitulada "The World's Rarest Funk 45s".


Autor: Fujiya & Miyagi
Título: Transparent Things
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A honestidade, fica sempre bem, ainda por cima, quando estamos perante um caso de talento. Assim, o que se espera, está plenamente esclarecido logo no título do álbum, além de terem deslocado o centro da acção para o imaginário do Japão, onde tudo é possível. Este foi então um acto inteligente, pois situando a narrativa noutro país que não o de origem, afinal são escoceses, conferem uma imagem de globalidade para a linguagem musical que recuperam. E afinal, de que se trata? Tão simplesmente de "krautrock", no seu estado mais avançado, isto é, já a caminhar para a segunda metade da decada de 70. A estrutura básica, é inspirada nos míticos Neu!, com a arquitectura rítmica precisa como uma máquina de alta velocidade - alusão à célebre estética "motorik" dos Neu! - embora havendo espaço de respiração para a perfeita canção pop composta pelos Can em "Future Days". E ainda há tempo para breves citações aos Wire - do final do primeiro ciclo de existência e dos tempos da reencarnação. Estamos perante um disco que procura na história uma reciclagem para o futuro, ousado, mas linearmente belo. "Transparent Things" é a exacta definição.


Autor:
Tom Moulton
Título: A Tom Moultom Mix
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A Soul Jazz, famosa loja de discos Londrina e também editora, tem vindo a reconstruir pedacinhos da história da música popular, numa perspectiva abrangente no plano geográfico – o caso das cidades de Londres, Nova Iorque e Kingston -, mas global na área musical – soul, jazz, funk, new wave, no wave. Chegou agora a altura de, numa certa forma, fechar um ciclo. A colectânea “ A Tom Moulton Mix”, encerra um capítulo iniciado há quase meio-século pelos mestres jamaicanos, e absorvido, uma vez estudado, por alguém que os conhecia, tinha relações de amizade com um deles, o mítico Clement Dodd, e viu num processo de reorganização sonora, uma afirmação musical para um acto de liberdade, que de grito em surdina até pleno de direitos, fui surgindo em Nova Iorque nos anos 70.
Há pouco mais de trinta anos, as comunidades “gay”, procuravam viver o seu amor à vida, mas as leis eram restritas, e mesmo no Estado de Nova Ioraque, em recintos fechados, por cada dois homens, teria de haver uma mulher. Nos embrionários clubes, os “gays”, tinham de chegar sempre com uma amiga, para assim despistarem as autoridades, podendo finalmente sentirem-se livres nas então nascentes discotecas. E a música, era o catalisador para a libertação dos sentimentos obrigatoriamente reprimidos. Mas não só, o contexto histórico geral com a depressão do pós-Vietename, levava as pessoas a uma introspecção que se fazia através da dança. E é aqui que nasce a importância de gente como Tom Moulton.
Como se escreveu, os clubes eram embrionários, mas o bom gosto dos Dj’s e audiência imperava para a felicidade despontar, então a música cuidadosamente escolhida, embora maioritáriamente soul, era a força motriz para se atingir a alegria. Contudo, os “singles” geralmente só têm canções de 3min., mas para manter o climax, ou se passavam as versões dos álbuns, ou então duas cópias da mesma canção. Ainda se tentou chegar aos 5min.33s., mas não era ainda o suficiente. Por vezes, usavam-se também discos alusivos a efeitos sonoros, conseguindo-se o nível de entusiasmo latente até à próxima música. Até que um dia, por obra do acaso (à semelhança do dub que também nasceu como um azar de estúdio), chegou-se ao tão afamado 12” a 45rpm. Estava encontrado o meio para permitir que uma canção se fizesse dançar quase eternamente. O disco, substituindo as orquestras, tonou-se ele próprio etiqueta de uma estética tradutora de um soul orquestrado, bem cantado e com uma síncope mais linearizada, não tão acentuado quanto o funk.
Tom Moulton, um branco, apaixonado pela música, especialmente negra, com uma exigência fora do comum relacionada com a qualidade do som e um sonhador, pois procurava a utopia da canção eterna, agarrou nas canções que gostava, e conferiu-lhes um estatuto de pequenas metragens maravilhosas, onde à qualidade intrínseca da música, se juntava a possibilidade, quase imperiosa, de a dançar. Contudo, ao contrário dos mestres jamaicanos, com quem “estudou”, em vez da desconstrução gravitacional do dub- os elementos sonoros gravitam em trajectórias diferentes à volta do núcleo rítmico baixo-bateria -, Tom Moulton remistura com a intenção proceder a um rearranjo orquestral, ou quase como no jazz, os instrumentos saem e entram conforme o “timing” necessário à improvisação. É delicioso! Este álbum, além do indiscutível valor histórico, é acima de tudo a demonstração de um acto visionário, hoje tão em voga, que todos os aprendizes ou amantes da música de dança deverão ter como manual obrigatório.










Autor: Tony Allen
Título: Lagos No Shaking
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Nos dias que correm, poder-se-á pôr a questão: será ainda válida a matriz de afro-funk legada por Fela Kuti? A resposta é afirmativa, até porque se encontram rastos dessa maravilhosa música de intervenção, onde a tradição rítmica da tribo Nigeriana Yoruba se fundiu com o jazz e o funk ocidentais. Basta ouvir o primeiro álbum dos Antibalas, ou ainda Ras e Quantic, para perceber como uma ideia cujos cristais se solidificaram no início dos anos 70, permanece válida. Fela já não está entre nós fisicamente, mas aquele que criou os alicerces para o edifício do afro-funk, o baterista Tony Allen, continua a poder gravar com relativa regularidade.
Conta-se que sem Allen, Kuti não teria edificado aquela moderna linguagem transgénica, já referida no parágrafo anterior, e que igualmente serviu de matriz a toda uma geração de músicos Nigerianos e outros oriundos também do Gana. A importância histórica de uma energia bruta libertada espontâneamente , reflecte-se nas inúmeras colectâneas editadas nos últimos quatro anos, onde destaco as excelentes Nigeria 70 e Ghana Sounz.
Tony Allen, é então uma lenda viva, de uma época de criação excepcional, cujas raízes mais profundas tenta agora conservar com a edição de um novo álbum este ano. E confesso a ansiedade que tinha perante a expectativa gorada no anterior trabalho intitulado “Home Cooking”, sobretudo depois de ter tido o primeiro contacto com o sobre-excelente “Black Voices”, onde se servia funk com um forte mas agradável travo africano, era enorme. Agora, a intenção foi boa; regresso a Lagos, onde tudo começou, gravação com músicos locais, variação entre a matriz de origem e a raiz tradicional, e um grafismo a fazer lembrar as capas interventivas quer de Kuti e o do próprio Allen em início de carreira, patrocinada pelo seu mentor. Mas, tudo não passa da pretensão de uma boa ideia. Começa bem o álbum, mas depois resvala para uma perda de rumo, onde não se sabe se se pretendeu fazer um disco mais étnico ou antes uma actualização da linguagem nascida há pouco mais de trinta anos. Fica-se com a sensação insustentável de não se descortinar se estamos perante um caso onde a inspiração ainda não foi recuperada após o passo em falso de “Home Cooking”, ou antes uma cedência ao cada vez mais abrangente mercado da “world music”, procurando-se vender produto com um mínimo de qualidade não se arriscando contudo na radicalização da estética, que não lhe traria frutos comerciais provavelmente, mas levá-lo-ia para o mundo de bela agressividade então criado. Curioso é o facto de a editora , a Honest Jons do conhecidíssimo Damon Albarn fundador dos Blur, editou colectâneas relativas à Nigéria, mas sobretudo reeditou dois belíssimos álbuns de ex-companheiros de Fela Kuti, Tunde Williams e Lekan Animashaun, onde a pureza da energia sem ser modulada, ainda existe.
Penso que haverão duas atitudes em relação a “Lagos No Shaking”: para quem nunca ouviu Fela Kuti ou conheceu Tony Allen no seu
esplendor,e gosta de “world music”, desde que esta tenha um som puro e não fira, ficará contente, mas para alguns puristas, como é o meu caso, a decepção é imensa. Esperam-se melhores dias.






Autor: Studio One Soul 2
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Havia uma ilha no mar das Caraíbas chamada Jamaica. Lá se geraram tribos e negócios de escravos, dando origem a uma raça com influências multiculturais. Embora relativamente isolados do mundo, todas as inovações do Século XX lá chegaram, e através da Telefonia Sem Fios, foram ouvindo uma música com capacidade de traduzir a raiz cultural de onde eram originários. Foi quase como um acto de resistência clandestina, só que o rádio não vinha de Londres, terra dos seus colonizadores, mas das costas Sul dos Estados Unidos, sobretudo Miami e Nova Orleães. Chamavam-se esses sons “rythm & blues”. Adaptando o que se ouvia ao folclore local, o “mento” (uma forma local de “calypso”), os Jamaicanos conferiram ao som de uma América em aceleração rápida de vida eléctrica, uma toada radicada no calor. E assim nasceram o “ska”, o “rocksteady”, o “reggae”, o “dub” e o “dancehall”.
Mas a questão "tribal" manteve-se ao longo dos tempos, sobretudo na produção musical onde reinavam os “chefes” Duke Reid e Clement "Coxsone" Dodd, este último era o “chefe” do Studio One. Haviam combates dos chefes, mas não se atiravam fardos de palha à maneira gaulesa, antes gladiavam-se com “sound-systems”, cantores e canções que cada uma gravava. Contudo, apesar de se manterem iguais a si próprios e em 1962 independentes, os jamaicanos formavam uma aldeia então aparentemente colonizada pelo cultura ocidental, mas onde esta era transfigurada para as conveniências primeiro locais, e depois para o resto do mundo, quando este não conseguiu resistir à "driving force" do baixo, da bateria, das guitarras em “contra-tempo”, das vozes mágicas e da melodia.
Studio One Soul 2, é como o nome indica, o segundo volume de versões de canções “soul” quase na totalidade vindas dos Estados Unidos, e é absolutamente deliciosa. As memórias da Motown, Nova Orleães ou até o intervencionismo romântico de Bill Withers, adequirem um carácter ainda mais criativo que os originais. E depois há uma versão instrumental de “Norwegian Wood (This Bird Has Flown)” dos Beatles, que é brilhantemente irresistível.
E assim se fez a história de uma ilha, capaz de encontrar em cada habitante um potencial músico ou cantor, espalhando uma poção mágica originária de raízes para o futuro, numa altura do mundo em que se brincava aos jogos de estratégia bélica, e não era na virtualidade, e “Patriots” não eram os cidadãos Americanos mas sim mísseis!